A História do Saber enquanto determinante do Filosofar: Uma breve introdução a Filosofia da História de Michel Onfray

Revista Dialectus 2 (1):165-179 (2013)
  Copy   BIBTEX

Abstract

A filosofia enquanto processo histórico constantemente promove uma seleção de autores/escolas/sistemas, justificando tal ação de acordo com a relevância histórica e as contribuições trazidas por estes para com aquilo definido e aceito enquanto saber filosófico contemporâneo. Esse processo não somente legitima aquilo que será levado adiante para as próximas gerações enquanto saber filosófico, mas também segrega e por que não, expulsa autores/sistemas/escolas de seu conjunto, promovendo assim uma verdadeira separação entre o filosófico e o não-filosófico. Sobre qual principio regulador tal segregação é orientada? Qual o critério determinante para que este ou aquele autor/sistema/escola venha constituir parte da história da filosofia em detrimento de outros que não constituem espaço em seu estudo? Diante dessa complexa situação o filósofo contemporâneo Michel Onfray pretende acusar o desenvolvimento histórico do saber humano como processo intencional de manipulação histórica promovido pelas instituições de poder em determinados períodos da história da humanidade, a saber: a antiga academia de Platão e o catolicismo medieval. Essas instituições teriam em suas respectivas épocas o poder de instituir um critério de demarcação determinante entre o filosófico e o não-filosófico, o qual selecionaria aquilo que por sua vez passaria a ser compreendido pelas gerações seguinte como de fato um saber filosófico. Tal perspectiva remete a obra escrita por Michel Onfray: Contra História da Filosofia onde o autor apresenta dois movimentos aparentemente distintos, mas que constitui em seu processo um elo causal o qual acaba por corroborar para com sua teoria da história. O primeiro movimento se refere filosofia enquanto resultante de um conflito histórico iniciado na antiga Grécia de Platão, com fins de instituir o verdadeiro meio pelo qual nos seria possível alcançar a verdade, algo que acabaria, por conseqüência, promovendo o surgimento de um critério de demarcação entre o filosófico e o não-filosófico. O segundo movimento viria como conseqüência da instauração de um único e verdadeiro modus filosófico: o respaldo a tradição. Tais processos acabariam por promover o surgimento de uma história da filosofia hegemônica que por sua vez viria a orientar o filosofar das futuras gerações.

Other Versions

No versions found

Links

PhilArchive



    Upload a copy of this work     Papers currently archived: 101,757

External links

Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Similar books and articles

A Filosofia Em Discurso Indireto Livre.Christian F. R. Guimarães Vinci - 2018 - Kínesis - Revista de Estudos Dos Pós-Graduandos Em Filosofia 10 (25):98-110.
Voltaire crítico da teologia da história.Pedro Miguel Sousa Santos - 2014 - Griot : Revista de Filosofia 10 (2):133-151.
Eros and Philia in Platonic philosophy.Maria Aparecida de Paiva Montenegro - 2014 - Archai: Revista de Estudos Sobre as Origens Do Pensamento Ocidental 13:121-129.
O que é filosofia da psicanálise?Luiz Roberto Monzani - 2008 - Philósophos - Revista de Filosofia 13 (2):11-19.

Analytics

Added to PP
2019-10-12

Downloads
13 (#1,329,838)

6 months
8 (#605,434)

Historical graph of downloads
How can I increase my downloads?

Citations of this work

No citations found.

Add more citations

References found in this work

No references found.

Add more references