Abstract
Este artigo estuda alguns aspectos de uma das maiores transformações na história do pensamento estético, nomeadamente, a teorização estética do feio. A seguir a referências a concepções estéticas do feio em E. Lessing e F. Schlegel, é estudada a concepção dialética do feio segundo o Sistema da Estética (1830) de Ch. H. Weisse, da escola hegeliana. O feio é entendido então como a aparição não sublimada da contradição inerente ao finito. Esta concepção abre caminho à Estética do Feio, de K. Rosenkranz, a única e certamente primeira estética do feio, completa, independente e sistemática. Através do estudo das suas teses principais e de alguns exemplos citados pelo autor, mostra-se como a estética do feio de Rosenkranz, apesar da sua pertença ainda em parte a cânones clássicos, abre o caminho para a autonomização do feio e à substituição de uma estética da beleza por outros valores, participando de um movimento de transformação da razão mais geral iniciado no final do séc. XVIII.