Abstract
O artigo examina uma herança da metafísica clássica para a fenomenologia francesa: o fascínio pelo invisível. Beneficia-se, fundamentalmente, das teses de Emmanuel Levinas e Jean-Luc Marion, dois grandes representantes desta fenomenologia. Se, para Heidegger, a questão de Deus está atrelada ao destino da metafísica como onto-teo-logia, e, portanto, termina sendo uma questão “superada”, a fenomenologia do invisível, por sua vez, se pergunta se tal superação não é uma oportunidade para se retomar o problema de Deus para além do sentido do ser. Assim, quando todas as vozes são unanimes em proclamar que a metafísica perdeu toda credibilidade e legitimidade, a fenomenologia mantém vivo o fascínio pelo invisível, abrindo desta sorte um novo espaço de razões, ampliando e renovando problemas metafísicos que continuam inquietando a humanidade.