Abstract
A partir da psicanálise existencial sartriana, descrita na obra Saint Genet: Ator e Mártir, analisaremos os caminhos tortuosos que a subjetividade percorre na tentativa de se plenificar como objeto. Nosso propósito é demonstrar que Genet buscou identificar-se com seu ego para se colocar como um objeto de desprezo para a sociedade, porém, sua busca fracassa, pois, segundo Sartre, o homem jamais será completamente objetividade alienada no mundo. Nesse intuito, descreveremos brevemente os principais momentos da vida de Genet. Em sua infância, teve seu ego-visto (ser-para-outro) constituído pelo olhar de outrem; a partir de então, realizou diversos esforços para se identificar com essa imagem alienada, entretanto - enquanto liberdade -, permaneceu frente a todas as suas tentativas de fixar um ego maldito com o qual se identificasse; e, por fim, encontrou apenas a sua própria subjetividade, exercendo sua liberdade no ofício de escritor. Concluiremos, portanto, que a subjetividade permanece livre e responsável, mesmo frente à construção do seu ego.