Abstract
Starting from an historical remark of R. Tuch (1993) concerning the relationship between Renaissance scepticism and the first social contract theories, this article defends the idea that the main difference between Hobbes's social contract theory and contemporary contractualism rests on the conception of reason. Comparing Hobbes and Rawls it shows that the first one rejects subjective theories of rationality and conceives the contract as a pre-condition of successfid individual rationality, which allows him both to escape sceptical and relativist criticisms and to consider politics as an autonomous source of norms. /// Apoiando-se numa observação historica de R. Tuck (1993) acerca das relações entre o cepticismo saído do Renascimento e as primeiras teorias do contrato social, o presente artigo defende a tese de que a diferença fundamental entre a teoria hobbesiana do contrato e o contratualismo contemporâneo versa sobre a concepção da razão. Comparando Hobbes e Rawls acerca do contrato, o autor mostra até que ponto o filósofo de Malmsbury rejeita as teorias subjectivas da racionalidade fazendo do contrato a precondição para o exercício individual da razão, o que lhe permite simultaneamente evitar as críticas cépticas e relativistas e de considerar a política como uma fonte autónoma de normas.