Abstract

Nos artigos Über die Linie e Zur Seinsfrage, é possível encontrar uma discussão entre Ernst Jünger e Martin Heidegger a propósito do niilismo. Heidegger recusa a Jünger a possibilidade de pensar para além da sua “linha”. O presente artigo considera esta recusa através da perspectiva das relações entre os pensamentos de Heidegger e de Jünger nos anos 30 do século XX. Segundo o autor do artigo, a recusa por parte de Heidegger de pensar para além da linha tem a sua origem na frustração pelo racismo e biologismo nacional-socialista de um seu plano filosófico: o uso das categorias jüngerianas de Der Arbeiter para tentar a tradução da análise existenciária de Sein und Zeit numa “política ôntica ou meta-ontológica”.In the articles Über die Linie and Zur Seinsfrage it is possible to find a discussion between Ernst Jünger and Martin Heidegger about the Nihilism. Heidegger refuses to Jünger the possibility of thinking beyond its “line”. The present article considers this refusal in the perspective of the relations between Heidegger’s and Jünger’s thoughts during the 30’s of the XXth century. The author argues that Heidegger’s refusal of crossing “the line” has its origin in the frustration of his philosophical plan by the racism and biologism of national-socialism and its use of jüngerian categories in Der Arbeiter in order to try the translation of the existenziale Analytik of Sein und Zeit in an “ontical or meta-ontological politics”