Abstract
Este artigo busca apresentar o conceito de encarnação ricœuriano (corpo e carne), sua relação com a ética e a ontologia e, por consequência, com os métodos fenomenológico e hermenêutico. A nossa hipótese geral é que a concepção de encarnação ricœuriana apresenta um pensamento original e originário. No entanto, na tentativa de delimitar o problema, investigamos essa noção, principalmente, em Philosophie de la volonté e em O Si mesmo como um outro. Assim, encontramos nessas obras – que tem seus traços de hereditariedade a partir dos “tratados clássicos das paixões”, passando por Maine de Biran, até chegar a meditação de Gabriel Marcel, de Merleau-Ponty e de Michel Henry – a originalidade do conceito de encarnação e sua descrição fenomenológica do corpo em ação (ética) e sua interpretação hermenêutica da carne em passividade (ontologia).