Abstract
A questão da contrarrevolução foi discutida em vários textos de Marcuse. O objetivo deste artigo é apresentar sua contribuição à elucidação desse problema e sua atualidade. Para Marcuse, a contrarrevolução na sociedade capitalista industrial avançada não se organiza necessariamente em oposição a uma revolução existente, mas sim em oposição à possibilidade de qualquer transformação social para maiores liberdades e direitos, isto é, emancipação social. A contrarrevolução preventiva é um fator na administração do capitalismo tardio para garantia de seu domínio em face das crises econômicas cíclicas. Deste modo, ora esse processo é dissimulado, ora é aberto, com menor ou maior agravamento da violência social. Mesmo atento ao processo de recrudescimento contra as forças de libertação, Marcuse procurava frestas para a emancipação humana. Suas propostas de Grande Recusa e nova sensibilidade visam romper os limites impostos pela dominação existente a partir das necessidades vitais dos próprios indivíduos.