Abstract
Na contemporaneidade da era digital, sujeitos são solapados pela pandemia tecnológica que emprega em suas vidas novas maneiras de agir e pensar. A sociedade do desempenho é produto desse novo período. Cobranças excessivas e excesso de positividade marcam sujeitos adoecidos com patologias psicossomáticas, tais como ansiedade e depressão. No contexto escolar, tal realidade é exponencial, devido às cobranças sobre discentes, negação de emoções que não seguem a lógica do desempenho e “irrelevância” de disciplinas que questionam esse devir social. A reflexão presente neste artigo pondera o ensino de filosofia como marco emancipatório do fenômeno supracitado e, além disso, possui o objetivo de salientar a importância de considerar as emoções dos alunos como ferramenta auxiliadora da aprendizagem, em contramão ao nexo de um corpo social dominado pelo desempenho. A metodologia guiadora da pesquisa é teórico bibliográfica crítica. O presente estudo divide-se em 3 tópicos que examinam a realidade digital na vida humana, bem como as inferências na realidade escolar e o ensino de filosofia como prática resistente sobre a acriticidade. Como resultado, concluiu-se que, a lógica neoliberal de desempenho tecnológica é um utensílio poderoso na formatação dos sujeitos e na expropriação e exploração de um indivíduo envolto do capitalismo de vigilância e capitalismo da informação. Ambos os fenômenos são oriundos desse meio tomado pela realidade digital e que afetam, diretamente, o ambiente escolar. Contudo, o ensino filosófico, respaldado na importância de ponderar a realidade e as emoções discentes, evoca-se como magistral forma de resistência e perseverança na formação da criticidade.