Abstract

Na tradução das Enéadas de MacKenna (1969), encontra-se uma rica introdução de Paul Henry ao pensamento de Plotino, especialmente no que se refere à recepção do neoplatônico pela posteridade. Nesse texto preambular, há uma afirmação de caráter controverso, que consiste em considerar que o homem em Plotino seria “isolado”, não sendo viável concebê-lo como animal político. Desta feita, a antropologia plotiniana se distinguiria do célebre entendimento de Aristóteles acerca do homem como animal político e de Platão, na medida em que se aceite haver no filósofo da academia pressupostos teóricos semelhantes, isto é, relativos à natureza política do homem. O objetivo desse trabalho é realizar um breve exame sobre se seria possível pensar o homem como animal político em Plotino, o que se averiguará a partir das considerações do filósofo concernentes à antropologia e à virtude nos excertos pertinentes das Enéadas.