Abstract
Neste ensaio, refletimos sobre a unidade e a universalidade da lógica, por meio de duas questões fundamentais. Em primeiro lugar, discutimos se, dentre as várias lógicas existentes atualmente, haveria alguma melhor do que as outras. Em segundo, debruçamo-nos sobre o problema de saber se o mundo real é governado por uma determinada lógica. Remetendo as questões aos seus fundamentos, defendemos o pluralismo e mostramos que a avaliação das lógicas não se dá por questões de índole meramente formal, envolvendo princípios históricos, pragmáticos e dialéticos ligados aos diversos contextos racionais aos quais elas são aplicadas. Mostramos ainda que o mundo real não é governado por nenhuma lógica específica, mas por variadas lógicas, e que há sempre uma espécie de ambiguidade e um jogo adaptativo entre os aspectos reais do mundo e os formais da lógica.