Abstract
Os tempos pandêmicos forçaram a escola em relação ao encontro com a morte. Cenas narradas ou encenadas convocaram os educadores a se confrontarem com os desdobramentos desse encontro disruptivo. Coube aos professores se ocuparem dos efeitos mortíferos produzidos pela pandemia de Covid-19. Diante da morte, o silêncio costuma ser uma saída e, em relação aos educadores, não saber sobre o que fazer com ela na escola produz mal-estar, pois educar supõe uma posição de saber a ser sustentada. A partir de fragmentos das falas de educadoras da Educação Infantil, da entrevista com a diretora e coordenadora de uma escola pública da região serrana do Rio de Janeiro, questionamos se a intensificação do mal-estar vivido durante o período pandêmico poderia impactar nas formas de saber fazer com o mortífero que se presentificou no encontro com as crianças.Os espaços de escuta ocorreram no retorno das aulas presenciais, no início do ano de 2022, no formato de rodas de conversa, em uma pesquisa-intervenção. A possibilidade de colocar em palavras o vivido na escola possibilitou aos educadores reservar um lugar para a morte, ao invés de suprimi-la, oferecendo espaço para o não saber e a dúvida.