São Paulo: FiloCzar. Edited by Gustavo Leal-Toledo, R. A. S. Gouvêa & M. A. S. Alves (
2018)
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Abstract
Segundo Varela, Thompson e Rosch (1991/1993), a mente se realiza como um sistema cognitivo, autopoiético, envolvendo não somente o sistema nervoso (SN), mas sim um fluxo de ação que percorre o corpo, o sistema nervoso e o ambiente. De modo corpóreo, pelo corpo ter uma estrutura aberta e acoplada ao meio, se encontra o movimento experiencial da mente. Apoiados na teoria enativa da mente E. Thompson e outros elaboram uma crítica ao conceito de consciência como uma propriedade emergente do SN. A crítica não está fundamentalmente apoiada sobre o conceito de mente estendida, ela ataca diretamente o conceito de propriedade. Argumenta Thompson (2007/2013), seguindo a tradição enativa, que a mente não surge como uma propriedade emergente, mas acaba por ser realizada como um processo emergente. Thompson dirige sua crítica a autores como J. Kim e J. Searle, dizendo que conservar um conceito de propriedade emergente denota uma herança cartesiana da qual se tem dificuldades em se desvencilhar. O objetivo do texto será apresentar o criticismo da teoria enativa ao conceito de propriedade emergente em detrimento do de processos emergentes. Este criticismo leva a dois pontos centrais na argumentação: 1) Para Thompson esta mudança de concepção traz como resultado a desconstrução do problema da causação descendente; 2) Frente ao problema dos qualia, Thompson vem debatendo com afinco a posição vareliana de isomorfismo.