Abstract
O presente artigo pretende compreender como o controle do tempo nas experiências migratórias de natureza forçada pode ser pensado como uma tecnologia biopolítica. Para isso, pretende-se resgatar o pensamento filosófico de Michel Foucault em torno da noção de governamentalidade, associando-o à análise de Benjamin Boudou sobre os limites temporais da hospitalidade, tendo como fio condutor a relação entre a regulação da circulação espacial do migrante e o problema do tempo de espera para ser acolhido. Além da distribuição espacial das populações indesejáveis em campos de retenção como estratégia para tratar dos migrantes pobres e miseráveis, propõe-se uma reflexão crítica a respeito da espera por parte dos dispositivos de segurança, cujas restrições delimitam as fronteiras de uma comunidade política e democrática.