Abstract
As críticas de Newton e Voltaire endereçadas à negação do vazio por parte de Descartes compartilham uma estrutura básica: ambos parecem concordar que tal tese cartesiana conduz a implicações indesejáveis tanto no campo da mecânica, quanto no que diz respeito à teologia. Entretanto, embora Newton admita as implicações teológicas da negação do vazio, elas não constituem o fim último de sua crítica, o que parece ocorrer na crítica de Voltaire. Ao contrário, os argumentos newtonianos para assumir o vazioencontram na mecânica não apenas um campo de prova; eles constituem uma parte importante da fundamentação de um dos pilares do newtonianismo: o espaço absoluto