Abstract
A filosofia da imaginação de Vico se destaca na tradição humanista italiana e representa uma verdadeira contraposição ao pensamento racionalista, principalmente pela noção de ingenium, referente à capacidade intuitiva humana de formação imagética e metafórica de sentidos prévios à razão; este conceito, que permite uma revisão do discurso retórico, dos mitos e da própria mediação histórica entre humanidade e mundo natural, opera essencialmente pelo estabelecimento de relações de semelhança entre fenômenos inicialmente dissimilares. Investigam-se associações possíveis entre Vico e as filosofias nômades da diferença de Nietzsche e, particularmente, Deleuze, de modo a revelar que, tanto do âmbito dos conceitos quanto do sentido político de sua obra, a filosofia da imaginação é, à sua própria maneira, nômade e subversiva.