Abstract
Num tempo em que os média, assoalhados pelas novas tecnologias, começam a deixar de cumprir a sua função mediadora e de teatro das operações sociais, tem lógica falar do esgotamento da utopia em favor da distopia. Não tem mais sentido abordar a utopia democrática, quando o poder apenas pretende garantir o lealismo do cidadão, a fidelidade acéfala no altar do politicamente correcto. O sistema categorial que caracterizava o espaço público em parte do século XX, espaço simbólico de democracia em acção, perdeu toda a significação. Consumismo, fidelidade do cidadão, desempenho são as noções que agora fazem sentido e ganham significância, num mundo que caminha para a insignificância.