Abstract
Minha intenção, neste artigo, é a de discutir a significação das emoções na estruturação dos raciocínios morais e nos processos de decision-making. Para tanto, proponho estabelecer um delineamento filosófico-científico da contemporânea discussão acerca das relações de interação e integração entre processos perceptivo/cognitivos e processos afetivos/emocionais. Visando a realizar essa tarefa, tomo por orientação geral a proposta da Neurociência Afetiva de Jaak Panksepp, que propõe, a partir de um modelo neurofilosófico, situar o papel das emoções básicas no comportamento. A partir do apoio no background conceitual da Neurociência Afetiva, pretendo estabelecer as possíveis relações entre estados mentais, estados neurais e comportamento, com o fim de delinear e propor uma solução para as dificuldades conceituais, filosóficas e científicas que inerem à relação entre habilidades neurobiológicas e experiências subjetivas. Por fim, proponho apresentar, no âmbito das ciências cognitivas, a vantagem do emergentismo em relação às teorias da identidade e às teorias reducionistas