Abstract
Neste artigo analisaremos como a filosofia de Charles Sanders Peirce influencia o pensamento de Karl-Otto Apel na elaboração da sua ética do discurso. Pretendemos mostrar que Apel compreende que Peirce elabora uma transformação da filosofia transcendental kantiana, substituindo o “eu penso” por um “eu argumento”, neste viés Peirce demonstrou a existência de um acordo mútuo intersubjetivo dentro da comunidade científica. Sendo que, este acordo é mediado pela linguagem, e se dá em função da garantia da verdade das proposições. Conclui-se que Apel ver em Peirce a introdução de uma ética mínima que supera o solipsismo metódico, e se baseia na intersubjetividade, tornando possível um acordo mútuo, que mais tarde será a base para a fundamentação pragmático-transcendental da ética do discurso.